Meditação: como não ser controlado pelos pensamentos

Muitos buscam a meditação como uma ferramenta para domar seus pensamentos, porém se frustram, já que quanto mais tentam controlar os pensamentos, mais são controlados pela mente. Dentro da yoga e meditação foi entendido que esse trabalho de domar os pensamentos é muito árduo, isso quando tentam controlá-los.

Pensamentos vêm e vão, assim como trens na estação. Na estação de trem você não tenta controlar os trens, você apenas os observa e quando você vê um que te interessa, você entra nele, sabendo aonde ele vai te levar e o mesmo pode ser feito no nível da mente.

Meditar não é sobre lutar contra os pensamentos e sim aceitá-los. Permitir que eles se movimentem assim como a respiração acontece. Quando aprendemos observar nossos próprios pensamentos, vemos que eles não são um problema. Eles podem sim passar na estação da nossa mente, o problema acontece quando você o pega. Qual problema dos trens que você não pega passarem na estação e seguirem seu rumo? Então não há problema em receber qualquer tipo de pensamento, o problema começa quando você o pega.

Por isso usei esse título “Meditação não é sobre controlar os pensamentos, e sim, não ser controlados por eles”. Eles só te controlam quando você não criou uma distância suficiente entre você e os pensamentos que passam na estação da sua mente. Quando há uma distância, existe a possibilidade de você observá-los e em observá-los você começará ter maior discernimento de qual pensamento te consome e qual te nutre. Discernimento de qual trem você quer pegar na estação da mente.

Tentar controlar os pensamentos vai te deixar louca, já que você vive em um mundo cheio de gatilhos mentais. Aonde você for haverá algo que servirá como um gatilho para que você receba um tipo de pensamento relacionado ao que está sendo vivido. Então não adianta tentar controlar os pensamentos, ainda mais que você se acostumou energizar o movimento deles desde jovem.

Tornou-se um hábito muito enraizado em você ter a mente constantemente ativa. Em vez de tentar controlar que tipo de pensamento vai passar na sua mente, apenas os observe e agora você está no controle novamente. Observar sua própria mente é uma da técnicas meditativas mais anciãs e poderosas utilizadas por aqueles que estão na jornada do autoconhecimento e autodesenvolvimento.

Ela é poderosa porque ela cria uma distância entre você e as ferramentas que você tem. Essa distância é importante, pois você se dará conta de que não é elas. Na sua maioria estão completamente identificadas com as ferramentas que a vida lhes deu. Todos nós temos essas ferramentas em comum: corpo, pensamentos, emoções e energias vitais.

A diferença entre alguém que criou a distância saudável entre quem eles são e as ferramentas que ele tem e alguém que não criou, é que a primeira pessoa pode usar essas ferramentas em seu favor e dos outros a sua volta, enquanto quem não criou essa distância acaba sendo usada por essas ferramentas.

Não é verdade que os vossos próprios pensamentos estão te gerando dor e se você for ser sincera consigo mesma verá que 90% da miséria que experiência está relacionada à que tipo de pensamento você da atenção, já que pensamentos geram emoções.

É sempre importante ressaltar que uma mesma situação em que uma pessoa está sofrendo, há uma pessoa passando pelo mesmo, porém com uma perspectiva diferente e o que era um obstáculo para um se tornou uma possiblidade para a outra.

Meu nome é Daniel Bonesi, sou um dos novos parceiros da Aurha e autor do livro “Seja paciente ou se torne um paciente – um guia de meditação e yoga para pessoas ansiosas”.

Estarei sempre que possível compartilhando com vocês textos e conteúdos sobre meditação e yoga no blog da Aurha.

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