Que a conexão com o transcendental e com o que há acima de nós é feita de diversas formas, nós já sabemos. Entretanto, a oração e a meditação são, certamente, as ligações mais fortes dos humanos com nossa espiritualidade.
E, para facilitar nessa conexão, diversos utensílios auxiliam na contagem de repetições, sendo um dos mais conhecidos o Japamala. O que muitos não sabem é que o cordão é ainda mais poderoso, tendo algumas outras funções e sendo um importante aliado em nossa proteção e purificação espiritual.
Hoje vou te contar mais sobre o Japamala, sua origem, função e como usá-lo para se sentir mais protegido. Vem comigo?
O que é
O Japamala é um cordão considerado sagrado tanto para o hinduísmo quanto para o budismo. De forma bastante simplificada para os ocidentais entenderem melhor, é possível fazer uma correlação de função com o que o terço representa para os católicos.
Sua forma clássica possui 108 contas, mas também pode ser encontrado com outras configurações, como 27 ou 54 contas, mas sempre um número múltiplo de 9.
O nome vem do sânscrito: Jap significa “sussurrar diversas vezes, entoar”, enquanto Mala quer dizer “cordão de contas”. E a tradução literal realmente faz jus à sua principal função: auxiliar os humanos a se concentrarem na hora das orações e meditações, fazendo com que a repetição de mantras seja feita de forma completamente atenta e focada.
Nesse sentido, não há regras: ele pode ser utilizado tanto em orações ditas em voz alta, meditações silenciosas, mantras longos ou curtos.
A única verdade é que, quando utilizado, ele permite uma elevação maior da consciência e mais cura para o corpo físico e mental.
A origem
Os primeiros registros do cordão remontam em 3 milênios antes de Cristo, no século VIII a.c e, apesar de não ser o local exato, acredita-se que ele surgiu no espaço onde hoje conhecemos como a Índia.
É interessante dizer que, apesar dessa ser a origem considerada oficial, temos diversas outras culturas e povoados que utilizavam métodos bastante parecidos com o Japamala.
O que há sempre em comum é a crença que esse é um amuleto de muita sorte, capaz de nos conectar com o que há acima de nós e símbolo da prosperidade e da riqueza.
Essa sincronicidade que está presente na história do Japamala prova a conexão única entre o divino e o humano que esse cordão pode nos oferecer.
Aspectos físicos
Podemos encontrar o Japamala em diversos materiais, como pedras, madeiras, sementes e outros itens encontrados na própria natureza. O que é um padrão são as contas, sempre múltiplas do número 9, o cordão, o tassel e o Meru, nome dado em referência à montanha sagrada para os hindus.
O Meru é uma conta maior que as outras 108 que marca o início e o fim da repetição. A principal regra do Japamala está relacionada ao Meru, já que é proibido “atravessá-lo”. A recomendação é sempre começar na conta presente logo após essa pedra e finalizar na conta que está logo antes. O Meru também é o responsável pela união entre o cordão ao tassel no Japamala.
Já o tassel, o pendão de franjas, tem um bonito significado para a cultura hinduísta. Ele representa a conexão humana com o divino, com o que é do universo. Associado também ao simbolismo da Flor de Lótus, ele pode ser encontrado em diversas cores e cada uma delas representa um sentimento diferente.
Por fim, o cordão simboliza “o fio do Universo”, a forte e intensa ligação que existe entre tudo que há nesse mundo.
Portanto, o Japamala representa a completa conexão entre o divino e o humano, sendo o humano representado pelo Meru, a conexão com o divino simbolizado pelo tassel e o cordão sendo o fio que une tudo.
Por que 108 contas
Há um forte simbolismo também a respeito do número de contas, afinal, para muitos o 108 é considerado um número sagrado.
O principal motivo é que os budistas e hindus acreditam que ao repetir 108 vezes um mantra, é possível acessar a transcendência, alcançando um estágio elevado de consciência.
Além disso, o alfabeto sânscrito tem 54 fonemas femininos e 54 fonemas masculinos, totalizando esse número perfeito. O 108 também representa o chakra cardíaco nos textos védicos e a tradição budista acredita que temos 108 virtudes e 108 impurezas.
O número ainda é divisível por 2, 3, 4 e 12, sendo possível criar Japamalas seguindo essa divisão. Todos eles precisam ter contas múltiplas de 9 pois esse número representa o sagrado. Ah, e vale lembrar que se somarmos 108, também chegamos ao número 9 (1+0+8=9). Realmente, um número perfeito!
Ativação
Função
Para além da meditação, você pode utilizar o Japamala também como um amuleto. Ele pode ser carregado no pescoço, como um colar, ou ao redor do pulso, como uma pulseira. Dessa maneira, ele ativa a sua força interior, a conexão com o divino e é um talismã relacionado à prosperidade e abundância.
Por auxiliar na concentração e na atenção plena, o Japamala também é um grande aliado em casos de ansiedade, em crises mais profundas. Nesse momento, o ideal é manter a respiração no ritmo do mantra e você logo sentirá seus batimentos cardíacos diminuindo a cadência.
Como usar
Ao utilizar na meditação, lembre-se sempre de uma regra fundamental do Japamala: o seu dedo indicador jamais pode tocar o utensílio. Pegue com os dedos polegar e do meio da mão direita e vá escorregando as contas “para dentro”, ou seja, na sua direção.
Comece na conta logo a frente do Meru e, caso você deseje fazer mais de 108 repetições, não o atravesse. Volte em sentido contrário e complete assim suas orações.
Cuidados especiais
Se o seu Japamala não for de madeira, você pode lavá-lo em água corrente, com óleos essenciais e até mesmo em uma mistura de água e sal grosso, se a intenção for tirar as energias presentes nele.
Agora, se ele for feito de madeira, opte por passar um pano úmido com água e sal grosso diluído, em uma proporção de 1 colher de sopa de sal para 200 ml de água.
Gostou de conhecer mais sobre o Japamala e já deseja realizar suas meditações com o utensílio? Clique para conhecer as Japamalas que vendemos na Aurha.
Obrigada por aprender comigo e até a próxima!
Namaste 🙏, amei suas explicações tem muitos detalhes gratidão
Ótimo saber disso, Ivanilda!
Abraço!